A Regra dos Três

Arte por Sherrie Thai.

Muitas vezes, quando uma Mestra estrutura seu planejamento e prepara encontros para uma aventura, ela pode passar por dificuldades acerca daquilo que pode ser interessante de ser descrito e explorado. Alguns preparam elementos e descrições em excesso, enquanto outros podem simplificar demais as opções de situações. Ambas as opções podem culminar em dificuldades durante a narração. Defronte a esses momentos, a Mestra pode se valer de um princípio valioso, a Regra dos Três.

A Regra dos Três é um princípio da Narrativa que afirma que elementos que sejam descritos em tríade são mais efetivos que aqueles descritos em outros números. A regra se aplica a personagens, eventos, estrutura narrativa, número de livros ou até mesmo número de adjetivos descritivos. Como exemplo, podemos trazer histórias clássicas como Os Três Mosqueteiros, Cachinhos Dourados e os Três Ursos ou até mesmo a trilogia de Senhor dos Anéis. Por algum motivo, alinhamentos em tríade parecem mais satisfatórios - e literalmente soam melhor para o nosso cérebro. Não à toa, famosos oradores estruturam seu discurso levando em consideração esse princípio durante sua retórica.

É sempre importante reforçar a ideia de que a função da Mestra de jogo não é contar uma história, contudo alguns conceitos da Regra dos Três podem ser interessantes de serem explorados para um bom desenvolvimentos dos eventos e descrições de uma partida de RPG.

A ideia central da aplicação da Regra dos Três numa aventura é a de que, independentemente da situação, a Mestra apresente três elementos em sua narração. Sendo assim, a aventura possuiria três NPCs importantes, três localidades principais, três possíveis complicações, as situações seriam descritas em três características relevantes (que poderiam se desenvolver em mais três subcaracterísticas e assim por diante).

Com isso em mente, a Mestra pode, por exemplo, preparar um esquema de aventura que se passe em três localidades: uma cidade, uma floresta e uma masmorra. Três NPCs relevantes: um aliado, um inimigo e um personagem neutro que pode tanto se tornar um aliado como um inimigo. Três possíveis complicações: um desafio na floresta, um encontro na masmorra que possa mudar os objetivos do grupo, uma traição de um aliado. Ao agrupar o preparo em três elementos para cada categoria, se cria um número satisfatório de possibilidades de eventos que os jogadores possam interagir, sem que es elementos se acumulem em excesso.

O princípio pode ir além, e ser utilizado durante a descrição de um personagem, criatura ou locação - ao se apoiar em três características principais, a Mestra possui o número perfeito daquilo que possa instigar os jogadores a interagir com o elemento. Retomando o exemplo anterior, ao descrever a floresta, a Mestra poderia descrever a seguinte situação: 1) há uma zona da floresta coberta por sinistras teias de aranha, 2) com um cadáver portando uma espada brilhante na cinta preso nos fios, 3) mas é possível notar pontos vermelhos perscrutando um canto escuro abaixo das árvores.

Mesmo sem perceber, nós utilizamos a Regra dos Três em vários aspectos do dia a dia - eu, por exemplo, estruturei este texto em três partes, com Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Ao nos atentarmos a este princípio, é possível compreender e organizar nossas próprias ideias, desenvolvendo elementos que possam tornar a experiência de jogar RPG mais agradável para todos.

Referências

Construindo Encontros - A Regra dos 3!

GM Advice: The Game Master's Rule Of Three

Rule of Three (Writing)

2 comentários:

  1. na matemática ela me persegue e até no rpg agora

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    1. po eu sou pessima de matematica mas regra de tres facilita mt ta doido

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